segunda-feira, agosto 14, 2006

O Ataque ao Matrimônio

A apostasia do homem para com Deus trouxe consigo o ataque ao matrimônio. Adão abandonou a sua mulher, quando ele, como querendo que pôr distância entre ambos, disse:

“A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi”. (Gen. 3:12)

Com isto Adão rompia sua união conjugal. Era a primeira violação da fé conjugal. Era o primeiro divórcio. Rompe-se a relação com Deus: Adão e Eva se escondem de Deus. E depois, o mesmo ocorre com sua relação recíproca: Adão e Eva se envergonham um do outro por sua nudez. Então se cumpre aquele ditado latino: Corruptio optimi péssima: (a corrupção dos melhores é a pior que existe''). Desde aquele momento, muitas das impurezas ameaçam inundar a vida humana. Porém desde aquele instante, Deus também põe dificuldades em torno desta tormenta de impureza. Freqüentemente são dificuldades que em primeiro lugar devem fazer retroceder as mais graves excentricidades, mas que tenha a intenção de restaurar o alicerce primitivo em que o matrimônio somente assim, poderia andar bem. Nesta parte devemos considerar todos os tipos de informação que extraímos do Antigo Testamento, pois não só em si mesmo, se não na luz do cumprimento em Cristo, é que nos envolve a voltarmos “ao princípio”.

Por E. Beerman-de Roos, Dr. em Medicina
Dr. W.G. de Vries, Pastor Reformado

Tradução: Daniel L. Petersen Livro: La revolución sexual

domingo, agosto 13, 2006

Porque Jesus foi Batizado?

Mt. 3:13-15: “Então, veio Jesus da Galiléia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.

O sentido original da palavra justiça era a falta de culpabilidade. Cristo nasceu de baixo da lei de Moisés e viveu da mesma lei toda a sua vida, e foi esta lei que causou sua morte como uma maldição. (Gl. 4:4, 3:13)

Segundo a lei de Moisés antes que um oficial da nação pudesse ser ungido, essa pessoa teria que ser lavada (Ex. 29:4; 40:12; Lv. 8:6). O batismo de Cristo pelas mãos de João procedeu ao ungir de Jesus. Ao terminar o batismo os céus se abriram e o Espírito Santo desceu sobre Cristo. Assim toda tipologia usada para ungir os profetas, sacerdotes e reis foi cumprida em Cristo também (veja Is. 61:1; Hb. 1:9).

Lc. 3:21.22: “E aconteceu que, como todo o povo se batizava, sendo batizado também Jesus, orando ele, o céu se abriu, e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se uma voz do céu, que dizia: Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido.”

A afirmação, desde o céu, pois fim a vida de Jesus. Sendo ungido, a partir de agora pertenceu ao povo e ao mundo. O ungir foi aplicado por Deus e o título Cristo quer dizer ungido e seu equivalente em hebraico Messias indica que foi separado para uma função específica.

Nada pode se igualar a Cristo no batismo. Somente ele foi batizado para cumprir toda justiça. Só ele poderia receber esta identidade única pela lei de Moisés. Somente ele cumpriu cada processo da lei, cada processo da santidade de Deus foi comprovada, cada obra de obediência foi perfeita e cada obra completa. Somente Cristo recebeu este tipo de batismo e ungido.


Retirado do site: http://www.graciasoberana.com/

Tradução: Daniel L. Petersen

terça-feira, agosto 08, 2006

Todas as Coisas Realmente Cooperam para o Bem?


Romanos 8:28 em seu Contexto
de Daniel B. Wallace, Th.M, Ph.D.
Professor Adjunto de Estudos do Novo Testamento
Seminário Teológico de Dallas
wallace@bible.org


Você já deve ter ouvido umas mil vezes: “Não se preocupe, tudo vai dar certo!” Este é o eterno otimismo que nasce, não das provações da realidade, mas dos desejos da imaginação do sonho Americano, do faz-de-conta de Hollywood, ou da pura ingenuidade. Todos sabemos que não o é de todo verdade. Conhecemos casos de crianças que foram abatidas por um câncer ou por um motorista bêbado. Conhecemos casos de viciados em drogas que vieram de bons lares, de homens de família que perderam seus empregos, de soldados que retornaram do campo de batalha com um membro a menos. Estamos à par de incontáveis tragédias e sofrimentos desnecessários, mesmo assim repetimos para nossos filhos sem sequer pensar duas vezes: “Não se preocupe; tudo vai dar certo.”

Este sentimento não é novo; não começou na modernidade. Os antigos gregos e romanos diziam coisas semelhantes a seus filhos sabendo que suas palavras eram ocas. E, o apóstolo Paulo também disse algo deste tipo. A diferença é que Paulo não escreveu um cheque em branco otimista. Ele condicionou seu sentimento com importantes qualificadores, e ele definiu o que é “bem” como algo que está além do conforto e das riquezas.

Diz-se que no campo da imobiliária, há três princípios fundamentais que alguém deve seguir quando estiver comprando uma casa: o local, o local, e o local. Na interpretação das Escrituras, há também três princípios fundamentais: o contexto, o contexto, e o contexto. Romanos 8:28 não é uma exceção a esta regra. Se observarmos este texto em seu contexto, logo entenderemos sua intenção.

O contexto geral de Romanos 8:28 é um em que Paulo trata do viver pelo poder do Espírito em meio ao sofrimento e a dor. Paulo não era indiferente ao sofrimento. Suas várias experiências à ponto de morte, açoitamentos, prisões, e perseguições foram suficientes para erradicar qualquer ingenuidade que pudesse se ocultar em seu coração. No contexto imediato, dentro do próprio versículo, Paulo expressa os pré-requisitos para o que é “bom” (ou “bem”, NT) acontecer: “sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rom 8:28, BRP). Paulo não está dando esta promessa para todas as pessoas, mas apenas para aqueles “que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”

Mas o que isto significa? Aqueles que amam a Deus são, de acordo com este contexto, cristãos, porque eles são chamados de acordo com o propósito de Deus (note o v. 30: os “chamados” são também os “justificados,” que serão “glorificados”). Alguns entendem o particípio presente “que amam” (agapwsin) como uma condição temporal, como se ele quisesse dizer: “Enquanto você amar Deus, as coisas vão cooperar, mas quando você não estiver mais amando a Deus, as coisas não vão cooperar para o seu bem.” Esta interpretação, todavia, é improvável. Primeiro, o tempo desta construção grega é muito provavelmente um presente gnômico, assim indicando uma característica, em vez de uma condição temporal. Segundo, os versículos seguintes (vv. 29-30) falam da nossa conformidade a Cristo, nossa glorificação, como um resultado inevitável daqueles que amam a Deus. E isto não depende do quanto nós amamos a Deus, mas da obra que Cristo fez na cruz. Paulo conclui este capítulo explicitamente declarando que nada pode nos separar do amor de Deus (vv. 38-39). E, por inferência, isto incluiria até aqueles lapsos temporários do nosso amor pelo Salvador.

O que é, então, o “bem”? Isto está definido para nós, à princípio pelo menos, no versículo 29; um dos versículos esquecidos das Escrituras: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (BRP). O “bem” não é o nosso conforto, riqueza, ou saúde. É a conformidade a Cristo! Este “bem” é, portanto, totalmente definido no próximo versículo: “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou” (BRP). Em fim, todas as coisas cooperam para trazer cada cristão à conformidade de Cristo, para trazer cada cristão à glória. Paulo está tão certo de que isto se realizará, que ele fala da nossa glorificação no tempo pretérito. Ele usa o que é chamado de “aoristo proléptico;” é um mecanismo da língua grega que o autor usa quando está querendo dizer algo que é tão bom como se já tivesse acontecido. Não apenas isto, mas ninguém está perdido entre predestinação e glorificação. Paulo não diz “alguns daqueles”, nem mesmo “a maioria daqueles”, quando descreve cada estágio da jornada da salvação. Da predestinação à glorificação, ele usa simplesmente “aqueles” (ouv ou toutouv); o pronome, que se repete, refere-se ao grupo inteiro que foi mencionado antes. Ninguém vai perder o trem na jornada da salvação.

Quando lemos Rom 8:28 em seu contexto, nós podemos dar uma resposta positiva à questão da dor e do sofrimento no mundo. Não vemos nada de bom na miséria e nos desastres deste mundo, mas este mundo não é toda a realidade que existe. Há um “até então...”. Há um lugar além do horizonte do qual nossos sentidos podem apreender, e é mais real e mais duradouro do que o que experimentamos nesta casca mortal. Deus está usando o presente, até mesmo um presente miserável, para nos conformar à imagem do seu Filho. Se definirmos o que é “bom” como apenas o que podemos ver nesta vida, então perdemos a mensagem deste texto. Pois, como Paulo havia dito antes no mesmo capítulo, “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rom 8:18, BRP). Os cristãos ocidentais, especialmente os cristãos americanos, tendem a deturpar o sentido de textos como Rom 8:28. Se nossas vidas forem confortáveis, se tivermos riquezas, boa saúde, então, está tudo bem. Mas, este não era o “bem” que Paulo tinha em mente, e este não é o alvo da vida cristã.


Copyright © 2005 Bible.org. Todos os direitos reservados. Reproduzido com a devida autorização. A versão em inglês deste artigo pode ser encontrado no site da Bible.org em: Do All Things Really Work Together for the Good? Romans 8:28 in its Context

[Daniel B. Wallace é autor de uma das mais conceituadas gramáticas da atualidade no grego bíblico “Greek Grammar Beyond the Basics — An Exegetical Syntax of the New Testament” (Gramática Grega Além do Básico – Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento) e tem vários estudos publicados no site da Bible.org.]

segunda-feira, agosto 07, 2006

Onde não há responsabilidade humana

Se não estivermos vigilantes, talvez nós imaginemos a regeneração como algo que o homem controla – com sua própria responsabilidade. Talvez citemos a afirmação de Jesus, “ importavos nascer de novo”. ( Jo. 3.7 ) e logo exortar: ‘ a fim de entrar no reino dos céus deverá nascer do espírito. Procura, pois, cumprir os pré-requisitos necessários da convicção, arrependimento, conversão e fé afim de poder se regenerado. Esta nas mãos de vocês, não o postergar, porque é necessário nascer de novo”.

O pensar assim não seria bíblico. A Bíblia considera os homens responsáveis por todas suas ações, porém não pelas ações do Espírito na regeneração. O homem não regenerado, ainda está morto em seus pecados e não pode fazer nada espiritualmente. Sequer sendo responsável diante de Deus por sua queda em Adão e por seus pecados conseqüentes. Não pode esquivar da culpa deixando a responsabilidade a Adão. È culpa do homem mesmo em contraste com a situação moral em que esta. O homem regenerado também é responsável diante de Deus por todas suas ações, tanto por seus pensamentos, como palavras e obras. Porém ninguém é responsável pela obra da regeneração; não é algo que o homem possa fazer. Não se forma a si mesmo, senão como Jesus disse a Nicodemo, o homem nasce de cima, do Espírito. A regeneração é atividade exclusiva do Espírito, e nela o homem está completamente passivo.

Tampouco se pode dizer que o homem seja responsável por colocar em movimento essa cadeia de acontecimentos – seja o dizer, convicção, arrependimento, conversão e fé em Cristo – que produzirão a regeneração. Porque como temos visto, estes acontecimentos não procedem nem causam a fé, senão como no caso de Lídia, a regeneração deve ocorrer de antemão a fim de que os perdidos se arrependam e creiam.

Mais observe que na Bíblia não menciona em nenhuma parte nenhum mandamento no sentido que o homem deva nascer de novo ou deve começar um processo que conduza a sua regeneração. ‘ importavos nascer de novo,’ não manda que o faça. Antes bem, afirma simplesmente uma realidade. Que é necessário a Nicodemo nascer de novo se quer entrar no reino do céu. Tem que nascer da água e de Espírito, e também, tem que ser purificado com a lavagem da purificação a fim de poder entrar. Jesus não disse a Nicodemo que pode regenerar-se por si mesmo e que primeiro deve fazer certas coisas para poder chegar à regeneração. Pelo contrario, insinua-se bem claramente que a regeneração não esta em absoluto sob seu controle. Antes bem, este nascimento vem de cima. Alem disso, disse Jesus, o Espírito que envio é como o vento que sopra onde quer. Nada o controla nem o dirige. Assim como nada pode cumprir com certos requisitos que façam que o vento mude de direção, assim tão pouco nada pode, mediante o cumprimento de certas condições, forçar o Espírito Santo a regenerar a alguém.

Pode-se dizer também que qualquer mandato dado ao homem a respeito da regeneração seria como tratar de exigir da criança, todavia no nascimento se cumpri com certas condições, a fim de poder-se nascer. Que seria como pedir a Lázaro morto que realiza-se certas coisas afim de que Jesus pudesse ressuscitado.

Assim, pois, como a regeneração é um ato que só pode realizar e ser realizada pelo Espírito Santo, e como a Bíblia nos diz que o homem não pode, nem tem como cumprir com certas condições que obrigam o Espírito a regenerá-lo, a conclusão certamente é que o homem não é nem pode ser responsável por sua regeneração, a qual esta totalmente nas mãos de Deus.

Certo que a Bíblia não faz o homem responsável por sua regeneração, mais põe sobre seus respaldos, em 100%, a responsabilidade de crer. A Bíblia não manda em nenhuma passagem que o homem se regenere. Mais constantemente exorta a quem crê. A regeneração pertence ao Espírito Santo, mais a fé pertence ao homem (se bem que é o Espírito que o capacita para crer). Essa ênfase bíblica deve ser nosso guia tanto em dar testemunho como ao praticar aos não salvos. Por uma parte, devemos abster de mandar-lhes que nascem de novo – isso não é responsabilidade sua; por outra parte devemos exortá-los em nome do Rei, mandar-lhes, e suplicar-lhes que creiam – esta sim é sua responsabilidade.

Ainda falta acrescentar aqui umas palavras de alerta. Não se deve distorcer o ensinamento bíblico de que o homem não é responsável de sua regeneração dando a entender que a Bíblia ensina um sistema fatal de salvação. Poderia-se pensar: se o homem não pode crer até que o Espírito de Deus o regenere, então não é obrigação nem responsabilidade sua de crer. Mais este pensamento é do homem. Nossa responsabilidade é limitada à revelação da escritura, ainda que seus ensinamentos não se harmonizam com o relacionamento humano. A sabedoria e conhecimento de Deus são infinitamente superiores aos nossos, e nos devemos submeter a eles inclusive quando nos parecer ir contra a lógica humana. Conseqüentemente sabemos que a Bíblia ensina que a regeneração é eleição soberana de Deus e não responsabilidade do homem, sem embargo, por outro lado, a Bíblia põe toda a responsabilidade de crer no homem. Se não crer, a culpa é só sua, e não de Deus. Se crer, toda a consideração pertence a Deus e não ao homem. Solo Deo gloria: Só a Deus glória.


Por Edwin H. Palmer


Tradução: Daniel L. Petersen Livro: El Espíritu Santo